outubro 29, 2007

Você e eu

Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal

Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Que eu não vou ir, não quero ir

E também podem me obrigar
E até sorrir e até chorar
E podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer

Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você e eu

(Vinicius de Moraes)

outubro 28, 2007

Senhor, ensina-nos:

A semear o bem sem pensar nos resultados;

A dar sem olhar a quem;

A sofrer sem magoar seja a quem for;

A progredir sem perder a simplicidade;

A desculpar sem condições;

A marchar para frente sem contar os obstáculos;

A falar sem ferir;

A compreender o próximo sem exigir entendimento;

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração;

A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de recolhimento;

Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos de paciência dos outros para com as nossas dificuldades;

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.

(Emmanuel – Chico Xavier – Livro “A Semente de Mostarda”)

outubro 27, 2007

n a - v i t r o l a - t o c a


[inspirada em Thais Torres. rs... ô musiquinha parecida comigo. quase um auto-retrato]

Coisas que eu sei



Eu quero ficar perto de tudo o que acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio mostra o tempo errado... Aperte o "play"

Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação

Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... É minha Lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem me lembro do que eu desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... Eu já comprei

Às vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mecho mais afundo em mim
Eu moro em um cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando eu tô a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei

outubro 25, 2007

Beijocas estaladas

Ai, ai! Essa sessão é sempre especial para mim, mas hoje vou mandar beijocas para pessoinhas que eu adoro. Carol, minha amiga-poia-irmã, que sumiu do mapa, mas que eu a amo mesmo assim, pois amigo que é amigo entende quando o outro some, quando está apaixonado [hihihi]. Vanessinha, que tornou-se uma grande amiga já há algum tempo, mas que - por agora - eu é que sumi um pouquinho da vida dela (vamos começar o bota fora hoje, amiga). André Aquino, cara bacana com que eu estou tendo a honra de trabalhar, mesmo que seja por bem pouco tempo [sorte, amigo]. E para alguém que está longe dos olhos, mas perto do coração.
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a o s m e u s a m i g o s
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"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure sempre..."
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Vinícius de Moares

Para crimes iguais, tratamentos diferentes.

Eita Brasil!
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E o promotor continua solto...
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V - E - R - G - O - N - H - A !

FELIPE CRUZ entrevista GENETON MORAES NETO


j o e l s i l v e i r a
“FORAM 20 ANOS DE CONVIVÊNCIA"

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Na sua opinião quais seriam os grandes nomes do jornalismo atualmente?
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G - Eu admiro muita gente. Considero um privilégio ter vindo do Recife para cá, cumprindo um pouco aquela sina do nordestino de cair mapa abaixo até parar no Rio ou em São Paulo, e ter convivido com alguns de meus ídolos jornalísticos, como Paulo Francis, por exemplo. Eu o lia no Pasquim, no tempo da faculdade. Para mim, ele era uma figura meio mítica, que me deixava até meio constrangido. Conheci Paulo Francis pessoalmente aqui na Rede Globo e tivemos dez anos de convivência profissional. Era engraçado, porque eu até o evitava um pouco, por constrangimento. Minha relação com ele era a de um fã com o ídolo. Sua imagem pública era a de um homem ranzinza e agressivo, mas pessoalmente era uma pessoa muito generosa. Devo muitas coisas a Paulo Francis. Certa vez, ele me ligou de Nova York e disse: "Compre o Globo neste domingo. Você terá uma agradável surpresa." Fiquei imaginando o que poderia ser. Quando vi, ele havia escrito quase uma coluna inteira sobre meu livro "Dossiê Drummond", dizendo que tinha sido a melhor entrevista de Carlos Drummond de Andrade que ele já tinha lido; que a vida acadêmica no Brasil era uma droga e jornalistas como eu é que preenchiam as lacunas que a academia deveria preencher. Foi um dos maiores elogios que recebi em minha vida. Me senti muito lisonjeado e, para mim, foi como um diploma de jornalismo.
Meu último encontro com ele foi inesquecível. Eu estava em uma livraria em Piccadilly, no centro de Londres e, por puro acaso, estava na seção de clássicos. De repente, sinto um tapa nas minhas costas. Era Paulo Francis, que me disse: "Meus parabéns! Você está na única seção que presta nessa livraria." E esta foi a última coisa que ouvi dele.
Eu tentava trabalhar como uma espécie de “assessor” de Paulo Francis em Londres, sugerindo entrevistas para ele fazer na TV. Percebendo meu entusiasmo, ele certa vez me disse: "Você viu aquele filme 'Seven'?" Eu disse que sim. Com a minha animação em sugerir matérias e entrevistas, ele disse que eu parecia um dos personagens do filme: "Você se lembra do que o Morgan Freeman disse para o Brad Pitt no final do filme? 'O mundo é um belo lugar e vale a pena lutar por ele'. Eu concordo com a primeira frase."
Depois convivi com Joel Silveira. Nossa relação extrapolou para uma coisa muito mais pessoal . Foram 20 anos de convivência. Fizemos dois livros juntos. O texto de Joel Silveira sobre seu encontro com Getúlio Vargas, publicado em "Tempo de Contar", deveria ser reproduzido e distribuído em todas as escolas de jornalismo. É uma lição de como transformar um encontro fugaz em uma matéria. Mas essa é uma lição de todos os mestres; não só do Joel...
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É como no caso em que ele não conseguiu entrevistar Hemingway. Ele disse que, mesmo se não entrevistasse, já dava matéria...
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G - Em jornalismo aprendi o seguinte: não se desperdiça uma chance. Joel ficou constrangido de abordar Hemingway, que estava bebendo em um bar em Paris, no pós-guerra. Ele até disse, brincando, que o pior que poderia acontecer seria levar um soco e ser o primeiro jornalista brasileiro a apanhar de Ernest Hemingway. Por constrangimento, perdeu esta chance de abordá-lo. Também tenho minhas frustrações, no sentido de que deveria ter insistido mais com algumas figuras, como Glauber Rocha, por exemplo, que era meu ídolo. Tive a chance de conhecer Glauber Rocha quando estudei cinema em Paris, durante uma sessão exclusiva para críticos franceses de "A Idade da Terra", no início de 81. Glauber já estava doente e isso me deixou meio constrangido de insistir em uma entrevista com ele. Estava com um amigo e fui apresentado a Glauber: "Este é Geneton, lá do Recife.". Então Glauber perguntou por um amigo dele, de Recife. Depois virou para os críticos franceses e falou, com o francês carregado de sotaque nordestino: "Está aqui a juventude brasileira, estudando cinema em Paris. Esta é a juventude que vai fazer cinema!". Depois da exibição de "A Idade da Terra", um filme que estraçalha a narrativa tradicional do cinema, Glauber – que estava a três fileiras de distância – virou e nos perguntou, juntando os indicadores: "E aí? Vocês fizeram as ligações?". Acho até bom eu ter ficado com essa imagem de Glauber Rocha em vez da imagem de uma entrevista.
Teve um escritor pouco conhecido aqui, Antônio Carlos Villaça, autor de "O Nariz do Morto", que considero genial. Era uma figuraça. Vivia pobre, despojado de bens materiais. Chegou a morar de favor na sede do Pen Club. Eu o conheci pessoalmente; uma figura fisicamente estranha, mas os livros que ele deixou, como “O Nariz do Morto”, são exemplos de alta literatura. Cheguei a pensar em entrevistá-lo. Quem tiver interesse em conhecer a obra de um autor deve procurar, claro, seus livros. Mas as entrevistas permitem, eventualmente, que se revele algo sobre o homem e o que ele pensa.
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A pessoa por trás do texto...
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G - Isso fecha um ciclo de curiosidade sobre os autores. A única vantagem de você escrever e publicar é que, de certa maneira, você não morre. Dá a ilusão de ser um antídoto contra a morte. É engraçado dizer isso, mas a morte dos outros não me incomoda muito. Paulo Francis disse, certa vez, algo que fez o maior sucesso no Brasil: "Eu estou tecnicamente morto!", por se sentir deslocado no mundo medíocre das celebridades. Hoje, considero Paulo Francis e Joel Silveira tecnicamente vivos, porque a obra deles ficou ao alcance de nossas mãos. A pequena parte que me cabe, como jornalista, é zelar pela memória deles e transformar tudo o que tenho sobre eles em livros e artigos. Assumi o compromisso de reunir tudo o que tenho de Paulo Francis num livro – duas ou três entrevistas que fiz com ele, entrevistas que ele gravou para a Globo, histórias que ouvi, inclusive as que contei aqui. Fecharei um ciclo pessoal. Tudo o que ouvi de Paulo Francis e, eventualmente, poderá servir para os outros estará nesse livro. Pretendo fazer o mesmo sobre Joel. Sou meio rato de biblioteca. Guardo tudo. Em casa, tenho uma fita que gravei em 1973 com Caetano Veloso. Com o tempo, vira uma relíquia. Acho um absurdo quando vejo colegas jornalistas, após entrevistarem a maior celebridade, não guardarem a fita. É um sintoma do já citado imediatismo que contamina a profissão. Esse tipo de memória tem de ser preservada.zNo caso de Joel Silveira, além da convivência pessoal e profissional, guardei cerca de dez diálogos gravados com ele, ao longo de 20 anos. Eu e ele pensamos em reunir isso em um livro, pois terá utilidade ao menos para jornalistas e estudantes.
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Joel Silveira teve alguma inspiração no jornalismo literário americano?
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G - Não. Ele foi anterior. Sobre isso, que a justiça se faça. Até Joaquim Ferreira dos Santos escreveu um artigo sobre isso: as matérias de Joel Silveira foram anteriores às do Novo Jornalismo Americano. Sérgio Augusto reproduziu no livro "As Penas do Ofício" uma crônica sobre o livro de Joel, "Inverno da Guerra", onde ele diz que se Joel Silveira tivesse escrito aquela cobertura de guerra nos Estados Unidos, teria virado um roteirista de Hollywood, porque aquilo é cinematográfico. A matéria de Joel sobre os grã-finos de São Paulo foi escrita na segunda metade dos anos 40. Depois da morte de Joel, ouvi algumas gravações que fiz com ele. Numa delas, ele diz que esse texto dos grã-finos era mais uma crônica do que uma reportagem. Pretendo reunir todas estas histórias e conversas de Joel Silveira em, pelo menos, dois livros que estou devendo...
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Você diz que a casa de Joel Silveira na rua Sá Ferreira, era na realidade a escola de jornalismo da rua Sá Ferreira. Hoje, se pudéssemos eleger uma nova “escola de jornalismo” onde seria este lugar e com quem?
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G - Eu aconselharia as estantes de jornalismo das livrarias. O Brasil vive uma crise do texto jornalístico. Não sou eu quem faz esse diagnóstico, nem tenho essa pretensão. Zuenir Ventura já falou sobre isso. Caímos no extremo oposto ao que antigamente se chamava "nariz de cera" – introduções intermináveis, marcadas por aquela sub-literatura que jornalista adora fazer, eu inclusive. Com o tempo houve esta modernização, tentou-se fazer com que o texto jornalístico fosse mais objetivo, até que caímos nesse extremo oposto - que Nélson Rodrigues chamaria de "aridez lunar": o texto sem vida nem graça. Uma frieza que matou, aos poucos, o jornalismo. Você abre o jornal e parece que foi tudo escrito por uma só pessoa. Não é possível que entre os leitores não exista alguém que prefira um texto com um toque minimamente pessoal. Um exemplo: li uma entrevista com Itamar Franco onde não se via uma linha descritiva sequer sobre onde e como ele estava, como foi o encontro com o repórter. Nada. Apenas aspas e aspas. Para um leigo, passa a impressão de que o jornalista é o inimigo número um do texto e da informação. A palavra de ordem parece ser "não passe de dez linhas", como se escrever e ler tivesse virado um fardo. É lamentável constatar que nos dias de hoje não existiria lugar para um Joel Silveira. Rubem Braga tem um texto genial. A descrição que ele faz, no livro "Crônicas da Guerra na Itália", da partida deles de navio para a cobertura da guerra na Europa é alta literatura. É algo que jamais seria publicado, hoje, em jornal. É um assunto sobre o qual os diretores de jornal deveriam fazer um exame de consciência: por que um repórter como Joel Silveira não conseguiria publicar um texto nos dias de hoje? Por que os jornais fecharam as portas para este tipo de jornalismo? Isso expõe a banalidade de um jornalismo que qualquer pessoa medianamente inteligente e alfabetizada é capaz de fazer. O jornalismo que exige mais dedicação e informação dá trabalho e, talvez, a atitude mais fácil seja abandoná-lo. O bom texto jornalístico, hoje, é uma exceção. O texto de Nélson Rodrigues também era genial. Ninguém usava adjetivos como ele. Nélson falava como escrevia. Das pessoas que conheci como repórter, só duas faziam isso: Gilberto Freyre e Nélson Rodrigues. Uma das cenas que testemunhei que vão contra a mitologia do jornalismo foi uma entrevista que fiz com Nélson Rodrigues para o Diário de Pernambuco. Ele marcou a entrevista comigo na hora de um jogo da seleção brasileira. Era estranho, porque ele escrevia no Globo sobre futebol, e a entrevista não era sobre isso. Como é que ele podia marcar uma entrevista na hora de um jogo? Achei que ele tinha se enganado… Quando cheguei ao apartamento, ele levantou a mão e falou: "Conterrâneo!!". Eu lembrei a ele que o jogo seria na hora da entrevista, mas ele disse que não tinha problema. Era Brasil x Peru. Quando a seleção entrou em campo, ele colocou a mão no peito e falou: "Tira o som desse aparelho! O Brasil me faz mal! O Fluminense me faz mal!". Isso tudo durante a entrevista! De repente o Brasil fez um gol e ele solta uma expressão que, até então, eu nunca tinha visto ninguém usar: "Que coisa beleza!". Depois confundiu o replay daquele gol com um segundo gol. E eu pensando: "Meu Deus do céu, como é que ele vai escrever sobre isso?". Enquanto isso, falávamos de outros assuntos. Lembro de Nelson Rodrigues lamentando que os jovens não se matavam mais por amor: "No meu tempo, existia um pacto suicida entre os jovens apaixonados. Eles morriam de amor. Era lindo. Hoje ninguém se mata por amor!"
Quando acabou a entrevista, ele pegou o telefone e ligou para o Hotel Nacional. Pediu para falar com a cozinha: "Meu amigo, aqui fala Nélson Rodrigues. Qual é o prato do dia, hoje?". Ao receber a resposta, agradeceu, desligou e me perguntou: "Você me acha muito reacionário?". Respondi que não. No dia seguinte, comprei o Globo para ver o que ele havia escrito sobre o jogo. Estava lá: "O Brasil brilhou contra o Peru". Acredito que ele escreveu aquela crônica antes do jogo, pois não teria dado tempo. Nélson Rodrigues era tão genial que nem precisava ver um jogo para escrever sobre ele. Esta tarefa de anotar placar é para os "idiotas da objetividade". Para Nélson Rodrigues bastava fazer aquelas frases grandiosas. Tenho o livro "O Reacionário" autografado por ele, com a dedicatória: "Ao amigo doce e truculento Geneton". Entrevistar Nélson Rodrigues foi uma oportunidade que não deixei escapar.
Nesta época, eu a torcida do Flamengo sonhávamos em entrevistar Carlos Drummond de Andrade, que era super arredio. Eu tinha uns contatos com ele pelo telefone. O pretexto apareceu quando o Jornal da Globo, aquele telejornal do fim da noite, apresentava frases de pessoas famosas, e eu ligava para ele para pegar umas frases. O engraçado é que ele mesmo atendia ao telefone, quando hoje qualquer suplente de sub-celebridade tem dez assessores de imprensa e secretárias que não deixam você nem chegar perto. Já Carlos Drummond de Andrade adorava falar ao telefone mas tinha horror de contato pessoal. No fim das contas fiz a ele 76 perguntas sobre os mais diversos assuntos. Liguei com a desculpa de que queria publicar um livro sobre os 60 anos do poema "No meio do Caminho" em 1988. Para minha triste surpresa, ele morreu 17 dias depois da entrevista, que foi publicada no Jornal do Brasil no caderno Idéias, no sábado. Na terça-feira, ele morreu. A entrevista virou uma relíquia que transformei no livro "Dossiê Drummond" que acaba de ser relançado. Quando liguei para fazer a entrevista, Drummond estava com a filha doente, no hospital. Qual era a atitude civilizada que eu deveria ter tido? Não fazer a entrevista naquela hora! Mas às vezes acho que a falta de civilidade pode conspirar a favor da memória jornalística. É o que aconteceu neste caso: esta entrevista virou um documento biográfico importante sobre Carlos Drummond de Andrade. Então eu fico satisfeito quando consigo estas coisas, porque acho que o papel do repórter é esse: o de você, sem pretensão, produzir memória.

outubro 24, 2007

"Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão".

Carlos Drummond de Andrade

Juntos pelo jornalismo

Cometi uma gafe com os leitores do Sorrisos Plásticos, o I Fórum de Jornalistas do SUL-RJ passou e eu não escrevi uma linha sequer sobre ele. O corre-corre foi tão grande no primeiro fim de semana deste mês, que realmente não tinha como descrever o encontro que moveu jornalistas de Angra dos Reis, Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Barra do Piraí e o Rio de Janeiro, para as dependências do Sest/Senat.

O encontro revelou que existem profissionais - realmente - preocupados em desenvolver um trabalho sério e ético na região. Quase todo mundo estava lá. Foi surpreendente.

Surpreendente como o Fórum, que pode ser definido como um debate para grandes discussões. Concessões de tevês públicas, sindicato do estado do Rio de Janeiro (nosso representante legal perante a Fenaj), mídia e política, jornalismo esportivo e responsabilidade social, foram algumas das pautas destacadas nos painéis, mediados por alguns jornalistas, entre eles, euzinha que vos falo.

De Fórum, o evento tornou-se um ponto de encontro de jornalistas. Muitas conversas. Reencontros. Opiniões diretas. E o mais importante: reflexão. Faces com semblantes de preocupação. Perguntas em busca de soluções. Entendimento. Discernimento do que é certo e é errado.

Os jornalistas lotaram o auditório em uma sexta-feira a noite, tarefa nada fácil, mas o denominador comum em entender o que está acontecendo causou este fenômeno. Pela primeira vez mostramos que estamos unidos em prol de uma causa.

Aliás, não só profissionais. Como é o caso do prefeito de Barra Mansa, Roosevelt Brasil que prestou solidariedade e apoio à luta dos jornalistas do sul do estado. Representantes das três universidades que têm o curso de Jornalismo em sua grade curricular estiveram presentes, defendendo o interesse dos futuros profissionais de comunicação. Além de representantes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entre tantos outros.

Agora ficou só o gostinho de quero mais. Até abril!

ENTREVISTA. Geneton Moraes Neto por Felipe Cruz.
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p o l í t i c a
"UMA VEZ SENTI O BAFO DO JOSÉ SARAMAGO"
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No seu livro "Dossiê Brasília: Os segredos dos Presidentes" você explora uma área até então desconhecida das suas reportagens: a política. Isso facilitou ou dificultou na hora de entrevistar os ex-presidentes? Você deixou de fora algum trecho de uma dessas entrevistas?
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G - A política não me era totalmente estranha porque trabalhei na sucursal do Estado de São Paulo no Recife entre 75 e 80, e também cobria política. E peguei uma época muito rica lá, que foi a volta dos exilados. Me lembro de Miguel Arraes voltando do exílio, num domingo de manhã chuvoso, as pessoas invadindo a pista de pouso e ele acenando. Um momento bonito. Lembro de ter viajado com Ulysses Guimarães às pressas no dia em que mataram o operário Manoel Fiel Filho em São Paulo. Foi no início de 76, logo depois da morte do Vladimir Herzog. Um momento gravíssimo do governo Geisel que acabou provocando a demissão do comandante do Segundo Exército. Foi a segunda morte, e o Geisel resolveu intervir. Minha função era ouvir o Ulysses Guimarães sobre isso. Casualmente, ele estava de passagem pelo Recife e iria embarcar para Aracaju. Embarquei para Aracaju junto com ele, que na época era o presidente do MDB e líder da oposição. Mostrei um telex para ele, com a notícia. Ele tomou um susto e falou: "Isso é grave. Deixa isso lá no saguão do aeroporto de Recife. Assim que subirmos no avião a gente vê". No avião, fiquei perto dele, esperando a hora de tentar ouvi-lo. Ele pegou o jornal Estado de SP na página de editoriais e, um minuto depois, estava dormindo, segurando o jornal ... (risos). Já escrevi, brincando, que a partir desse dia fiquei na dúvida sobre a função dos editoriais. Serão soporíferos? (risos) Quando ele acordou, notei que estava fugindo um pouco de falar sobre o assunto, porque era realmente grave, naquele momento, alguém falar uma palavra fora de contexto. Poderia-se inclusive ser cassado, como houve casos. Perguntei: "O senhor quer falar?". Ele disse: "Não, primeiro vamos descer." Descemos em Aracaju e ele foi recebido com banda de música no aeroporto. Ele desceu acenando para todo mundo como se fosse quase um candidato à presidência da República. Mas ele estava evitando falar sobre aquele assunto. Durante uma entrevista coletiva na assembléia de Aracaju, ninguém tocou no assunto. Quando perguntaram se alguém tinha mais alguma pergunta, levantei o dedo e perguntei a ele o que o MDB tinha a dizer sobre aquilo. Ele respondeu, meio "pisando em ovos", que era um momento grave e que o MDB iria se pronunciar. Quando ele saiu, eu estava na porta e ele foi cumprimentando um por um. Apertou minha mão e falou baixinho no meu ouvido: "Você soltou o seu petardo, não foi?". De madrugada, ele recebeu os repórteres no hotel e fez uma declaração mais ou menos formal sobre aquela crise. Disse que, se houvesse um agravamento na situação, admitiria como recurso a utilização de "soluções de força", o que poderia ocasionar um conflito no Brasil. Pela manhã, um dos repórteres da comitiva foi acordado por um funcionário do hotel que disse: "O Dr. Ulysses quer falar com um de vocês". Ulysses pediu para que não fosse utilizada a expressão "soluções de força". Nunca mais esqueci essa frase.
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"Soluções de força" já é uma expressão branda, digamos assim, e ele já achava que poderia complicar...
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G - Sim, porque teve a cassação de Alencar Furtado e de alguns nomes do MDB que haviam denunciado as violências do governo militar. O Geisel não brincava em serviço: cassava. E naquele momento Ulysses Guimarães estava evitando uma expressão que pudesse criar uma crise. Nesse período também tive a chance de ouvir Miguel Arraes, Teotônio Vilela, Paulo Brossard (jurista que depois virou ministro da Justiça) e Lula quando era metalúrgico. Cobri a primeira visita de Lula, já famoso, de volta à Pernambuco, quando já tinha sido capa da revista Isto é e estava começando a aparecer como o "fenômeno" metalúrgico. Ele foi ao Recife em 78, e me lembro de duas coisas: uma, do quanto ele dizia palavrão; outra, quando ele foi visitar Dom Helder Câmara - foco de resistência ao governo militar no Recife. Lembro que Dom Helder morava em uma casa minúscula que tinha um poster na parede com a frase de Martin Luther King - "eu tenho um sonho..." - e foi com sua mulher e um filho pequeno, Sandro. Lula falou para Dom Helder: "Esse menino aí é meu filho. O nome dele é Sandro. Tem nome de cabeleireiro, mas é macho." Dom Helder riu da cena. Lembro também de uma declaração engraçada que ele deu. Perguntei: "O que o senhor vai fazer depois que sair da presidência do sindicato?". Ele disse: "Quando acabar esse meu mandato eu quero voltar à vida doméstica, dar mais atenção à minha mulher e meus filhos. O que eu sei é que não tenho vocação pra política." Engraçado isso, né? Virou presidente da República. Obviamente deve ter mudado de opinião... Republiquei os trechos mais importantes desta entrevista no livro Dossiê Brasília. Acho que foi uma boa coisa o fato de ter entrevistado os presidentes sem estar exercendo jornalismo político. É aquilo que eu disse antes: é sempre saudável você ver as coisas pela primeira vez.
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Aquele estranhamento...
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G - É. Eu acho que um repórter de Brasília que já deve ter entrevistado trezentas vezes o Fernando Henrique ou o Collor provavelmente não teria curiosidade de fazer algumas perguntas. Já me perguntaram as coisas mais loucas. Certa vez, numa bienal de livros em Recife, alguém me perguntou: "Como é o cheiro dos presidentes?". Sinceramente, não me lembro de nenhum deles cheirar mal.
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Ou o bafo, né? (risos)
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G - Olha, uma vez senti o bafo do José Saramago. Eu até botei no blog: "Confissão inconfessável: Prêmio Nobel estava com mau hálito" (risos). Mas sobre o personagem que mais me marcou, entre os presidentes, acho que foi o Collor. Jornalisticamente, talvez seja o personagem mais rico dos quatro. Primeiro, pelo lado trágico da história: um cara com quarenta anos de idade chegar a ser presidente da república - que não é uma republiqueta, apesar da gente ter nosso complexo de inferioridade - e, literalmente, jogar pela janela a chance de entrar para a história, como primeiro presidente eleito depois daquele período. Isso eu achei inacreditável. Ele, descrevendo a cena do impeachment, foi algo que me impressionou muito.
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Ele no quarto...
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G - No gabinete do presidente. Eu imaginei que na hora do impeachment ele devia estar cercado de assessores, com a TV ligada e contando os votos. E ele falou que ficou sozinho, no gabinete, sem ver nem ouvir nada, apenas o rumor que vinha da rua a cada voto. Isso é uma atitude bem Collor mesmo, né? Quando o voto final foi comemorado como um gol - ele conta que pensou: "Está tudo perdido". Chamou o ajudante de ordens e foi embora. Então você vê o presidente descrevendo a própria desgraça! Já o caso do Sarney mostra a diferença entre as personalidades. O Sarney tinha um certo deslumbramento - sem ser esta palavra -, com o exercício do poder. Você imagina: um vice-presidente que entrou para compor a chapa do Tancredo Neves, de repente, por uma conspiração do destino, assume a presidência da República num momento grave do Brasil. E dois meses depois ele está passeando com Gorbachev pelos jardins do Kremlin, discutindo o futuro da humanidade.
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De uma hora para outra ele passou a circular entre os poderosos...
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G - Ele se sentia orgulhoso. "Pô, estava passeando pelo Kremlin com Gorbachev e ele virou pra mim e disse: 'Não entendo esse Ronald Reagan. Esse cara fica me ligando e querendo me dar lição de como governar'." Outra cena engraçada, que também desmistifica um pouco o poder, é o Sarney dizendo que teve uma audiência com Ronald Reagan na Casa Branca. Estava lá o staff, o secretário de Estado e todo mundo na mesa. Quando a reunião estava no final, Sarney virou para o presidente Reagan e disse: "Presidente, o senhor poderia me dizer, como presidente dos EUA, país mais importante do mundo, o que vai acontecer com a humanidade nestes próximos anos?". Reagan riu, virou para o assessor dele e falou: "Conta pra ele aí". Sarney ficou meio chocado, pois esperava uma declaração grandiosa. Sarney tem estas histórias. Achei muito interessante quando ele contou sobre os bastidores. Por exemplo: ele foi quase intimado pelo Ministro do Exército a assumir a presidência na noite em que o Tancredo ficou doente e foi para o hospital. Sarney disse que não queria assumir porque isso iria contra a expectativa da opinião pública por um presidente da oposição. Quando ele disse que não queria assumir, Leônidas Pires Gonçalves - que viria a ser o Ministro do Exército e era amigo pessoal de Sarney - , ligou para ele de madrugada e disse: "Olha, a gente já está com problema demais aqui. O Tancredo está no hospital numa cama. Por favor, não crie mais problema. Você é o presidente da República. Boa noite, Presidente". E foi assim. Esse é o título do livro que Sarney disse que está escrevendo: "Boa noite, Presidente". Foi assim que ele soube que iria mesmo assumir, querendo ou não, a presidência da República.

outubro 23, 2007

‘Frigidez editorial’,
parafraseando Geneton Moraes Neto

Quem passa pelo Sorrisos Plásticos sabe que eu sou jornalista e gosto muito do que faço. Descobri que não sou a única. Alguns jornalistas são apaixonados com o que produzem e com Geneton Moraes Neto, editor-chefe do Fantástico, não poderia ser diferente. Ao ler a entrevista que ele concedeu ao Felipe Cruz, do DTD News, tive - literalmente - uma aula do bom jornalismo, que nos dias de hoje tornou-se artigo raro entre as redações. Principalmente por existirem muitos que sofrem de “frigidez editorial” e não tratam a “notícia com reverência”.

Republico abaixo a primeira parte da entrevista, pois realmente vale a pena. Conforme o Felipe atualizar seu blog, republico aqui a continuação do bate-papo, que durou mais de três horas, em uma tarde de agosto, na redação do Fantástico, no Jardim Botânico, Rio. Como primeiro tema, Jornalismo. Em seguida, Geneton fala sobre Política, Joel Silveira e Curiosidades.

A todos, boa leitura!
j o r n a l i s m o
"SEM REPÓRTER NÃO EXISTE NOTÍCIA"

Pernambucano, nascido em Recife, Geneton começou a vida profissional como repórter, em 1972. Trabalha desde 1985 na Rede Globo, onde é o editor-chefe do Fantástico. Publicou oito livros de reportagens e entrevistas, entre eles: “Dossiê Brasília – Os segredos dos presidentes”, “Dossiê Moscou” e “Dossiê Drummond”. Geneton dedica também algumas horas do dia para atualizar seu blog Sopa de Tamanco e sua home page: www.geneton.com.br
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Você afirma que a "única função realmente importante no jornalismo" é a reportagem. Por quê?
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Geneton - Posso dar uma explicação pessoal e outra profissional. A pessoal é a seguinte: acho que as funções que a gente exerce no início da carreira terminam marcando a gente para o resto da vida. Eu comecei a trabalhar como repórter no Diário de Pernambuco, em 1972. Então, para mim, reportagem virou sinônimo de jornalismo. Sempre foi o fato de ir para a rua ouvir alguém ou ver alguma coisa e tentar escrever da melhor maneira possível. Em resumo, esta é a minha concepção de exercício do jornalismo. Também acho que a sorte que eu tive de conviver com grandes repórteres como Joel Silveira - que, aliás, dizia que se houvesse justiça na hierarquia interna dos jornais o repórter deveria vir antes do dono do jornal no expediente, porque sem repórter não existe notícia e, sem notícia não existe jornal. Para mim é uma questão de vocação e também uma questão biográfica o fato de ter iniciado meu trabalho com a reportagem e, desde então, passei a entender jornalismo como um sinônimo de reportagem.
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O relatório anual divulgado pela organização Repórteres sem Fronteiras coloca o Brasil, no ranking da Liberdade de Imprensa na 75º posição, atrás de países como Burkina Faso e Botswana. Você acha que fazer jornalismo no Brasil é difícil? Aproveito para destacar que nem os Estados Unidos ficaram em boa colocação, ocupando a 56º colocação.
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G - Eu acredito que essa posição desastrosa do Brasil se deva a casos de pressões exercidas, por exemplo, em jornais do interior pelo poder local, e esse é um fenômeno que existe até hoje no Brasil. Mas eu acho que a grande imprensa brasileira já ficou imune a esse tipo de pressão e de violência. Como o Brasil consegue ser vários países em um só - aqui a gente tem, por exemplo, a Quinta Avenida e o país mais atrasado da África num só país - faz com que essas disparidades possam ser explicadas pela subsistência deste Brasil arcaico e velho. Aliás, isso é uma boa pauta jornalística. Já pensei até em fazer isso da seguinte maneira: uma viagem pelo tempo no mapa do Brasil. Se você vai a um shopping nos Jardins, você está no século 22; mas, ao mesmo tempo, se pegar um avião e viajar por duas horas, poderá voltar para a Idade Média - e em outros lugares, até para a Idade da Pedra. Tudo num país só. Acho que daria um belo projeto jornalístico. Portanto, eu atribuo essa posição à resistência desse Brasil arcaico que envolve pressões contra jornalistas.
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A censura foi oficialmente extinta no Brasil. Isso é fato. Entretanto, hoje regularmente jornalistas são processados por pessoas insatisfeitas com as reportagens. No dia-a-dia das redações existem mecanismos de pressão que podem determinar a divulgação ou não de determinados fatos, e que inclusive são usados para pedir a demissão de jornalistas. Como lidar com isso?
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G - Vou dizer uma coisa politicamente incorreta: em última instância, quem manda no jornal, na televisão ou na revista são, obviamente, os donos. Mas o poder dos jornalistas na redação não é desprezível, não. Alguns jornalistas talvez fiquem irritados quando se fala desse poder - em alguns casos quase tirânico - exercido pelos próprios jornalistas dentro das redações sobre os assuntos que devem ou não ser oferecidos ao público. Isso vai desde as coisas mais banais até as mais importantes como, por exemplo: se o editor-chefe do Globo achar que Caetano Veloso é antipático, provavelmente não vai publicar uma matéria. O que eu estou dizendo parece um absurdo, mas uma entrevista com Caetano Veloso provavelmente será vetada na capa do caderno cultural, nesse caso, por uma implicância pessoal. E isso você multiplica por dez. Acho que as idiossincrasias pessoais dos jornalistas influenciam, e muito, na escolha do que vai ser dito ao público e de que maneira. Uma coisa que eu sempre tentei me proteger - e modéstia à parte, acho que consegui até hoje, depois de 35 anos de exercício de profissão - é, sob hipótese alguma, não deixar que gosto pessoal e, principalmente, tendência ideológica influenciem na escolha e na apresentação das notícias ao público. Eu tenho horror à manipulação política das coisas. Claro que a censura, durante o governo militar, cometeu violências inomináveis contra a atividade intelectual - e não estou nem falando aqui dos casos de tortura e assassinato como no caso de Vladimir Herzog, e sim da violência intelectual das pessoas. E acho que os jornalistas também cometem uma violência intelectual quando se deixam levar por suas preferências ideológicas. Sinto muito, mas é verdade. E agora falando como leitor: hoje, mesmo 22 anos após o final do regime militar, acho que ainda subsistem algumas heranças nocivas da ditadura no Brasil. Por exemplo: um antiamericanismo em alguns casos quase infantilóide e uma hostilidade contra a riqueza. Acho que existe isso e, em alguns casos, por parte de jornalistas que se comportam como se o muro de Berlim ainda não tivesse acabado. Eu sinto muito, mas o muro de Berlim caiu! (risos) É engraçada essa imagem meio romântica do jornalismo, de que a gente está sempre vendo grandes acontecimentos, mas as cenas realmente inesquecíveis são raras. O dia-a-dia na redação às vezes é chato. Você pode ser obrigado a cobrir o turfe, por exemplo, que é uma coisa insuportável (risos). Mas me lembro de uma cena inesquecível e que foi histórica, já que a gente está falando sobre mudança de eras: ver o Mikhail Gorbachev entrar em uma sala para votar, no dia em que houve a primeira eleição para presidente na Rússia depois do fim da União Soviética, em 1996.
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Isso inclusive está no livro que você lançou, "Dossiê Moscou"...
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G - Quando eu faço qualquer coisa, tenho a saudável pretensão de produzir informação a curto prazo e memória a longo prazo. Eu acho que cada um precisa criar - e vou dizer aqui algo que vai soar como livro de auto-ajuda - uma lenda pessoal. A mitologia que criei para mim, como jornalista, é esta pretensão de produzir coisas que possam criar memória; que possam ser consultadas a longo prazo. Foi o que eu fiz com "Dossiê Moscou". Tudo isso para dizer o seguinte: que ali, pela primeira vez na história, havia um ex-líder soviético participando de uma eleição direta para presidente.
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E ele nem ganhou...
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G - A performance dele foi péssima. Mas aquele foi um momento simbólico de mudança. E aqui no Brasil, em alguns momentos, parece que o muro de Berlim não caiu ainda. Você vê esse sentimento infantil de hostilidade gratuita contra tudo o que for ocidental, americano, europeu... Isso eu acho um absurdo, e o jornalista não deve se deixar contaminar por esta doença infantil.
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A cada dia os conglomerados de comunicação crescem cada vez mais. Cito, por exemplo, o caso do tradicional periódico Wall Street Journal, vendido ao magnata Rupert Murdoch. Ele domina boa parte dos veículos de comunicação do mundo. Os repórteres do WSJ, inclusive, disseram em uma matéria publicada pela AFP que temem em perder a isenção com a venda para Murdoch. Como fazer um bom jornalismo hoje em dia quando os donos dos meios de comunicação pensam empresarialmente em detrimento do bom jornalismo?
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G - Eu não acho que necessariamente seja em detrimento de um bom jornalismo. A discussão que o Wall Street Journal fez sobre a venda do próprio jornal foi até um sintoma invejável de liberdade editorial, ao levantarem dúvidas sobre se o jornal continuaria isento. Mas hoje a impressão que a gente tem é de estar no meio de uma revolução tecnológica, uma revolução da informação que a gente ainda não tem idéia de onde vai parar. Então, o que é que aconteceu hoje? Os modelos, por exemplo, de rede de televisão - aquela única emissora emitindo a mesma programação para milhões de pessoas ao mesmo tempo - são modelos que estão começando a acabar. Hoje a geração mais nova, por exemplo, vê televisão via internet, e a tendência é cada vez mais o leitor ou o telespectador é ler e/ou ver o que quiser, a hora que quiser. É uma mudança drástica neste modelo que existia antigamente. E existe principalmente um outro fenômeno: qualquer pessoa hoje - e nem precisa ser jornalista - pode ser um emissor de informação. Acho que isso dessacralizou completamente o jornalismo. Qualquer pessoa que abrir um blog agora, ou daqui a 15 minutos, e colocar lá uma notícia verdadeira ou falsa, ela poderá ser consultada daqui a 5 minutos em Hong Kong. E se caiu na rede, vai ser consultado via Google. Isso quebra totalmente a hierarquia tradicional da informação e, principalmente, dessacraliza o trabalho do jornalista. A impressão que a gente tem, às vezes, é a de estar a bordo de um Titanic que representa esse modelo antigo - empresarial, inclusive - que começou a naufragar e a gente não sabe como vai terminar esse naufrágio. Por enquanto a banda continua tocando - a orquestra, como no Titanic - , e a gente não sabe para onde esse naufrágio pode nos levar. Pode até ter uma conseqüência boa, né? Mas o fato é que hoje já existe uma revolução drástica em andamento no modelo de oferta de informação ao público.
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Existe alguma reportagem que você tenha feito que por algum motivo não tenha sido publicada? Existe alguma reportagem que você gostaria de ter feito e não fez?
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G - Sempre tem. Eu digo, brincando, que um dos riscos que o jornalista corre depois de um certo tempo de exercício na profissão é o seguinte: de tanto lidar com o extraordinário, com o incomum, ele corre o risco de um dia cair na tentação de achar que nada é notícia; que nada mais é incomum ou extraordinário e nada interessa. Já virou até folclore nas redações a figura do "derrubador de matérias". Acho um absurdo aquele dinossauro que passa o resto da vida bombardeando o que os repórteres fazem. Coitados! Os repórteres chegam da rua com o entusiasmo da notícia e tem sempre um jornalista entediado que vai dizer que aquilo não é notícia porque já saiu em outro lugar. Tento criar uma proteção em torno de mim para não ser contaminado por essa doença que eu até batizei, brincando, de "síndrome da frigidez editorial" porque é uma coisa que acomete os jornalistas antigos. Acho que vou até registrar essa doença na Organização Mundial de Saúde para ser catalogada (risos). Porque isso existe, mesmo. Não é exagero não. E eu cansei de ver um outro pecado de jornalista: o que faz jornal, programa de TV e programa de rádio para jornalista. É um dos pecados mortais da profissão. Você participar de uma reunião de pauta, um repórter sugerir um assunto obviamente interessante e aparece alguém e diz "ah, não vamos fazer essa matéria porque o Caderno 2 do jornal lá do interior publicou dez linhas sobre isso". Então derruba um assunto. O jornalista parte do pressuposto absurdo de que o leitor é tão fanático quanto ele e vai ler todos os jornais e revistas e comparar um com o outro. Isso é uma idiotice! Quem pensa deste jeito, eu acho que, sinceramente, devia mudar de profissão e estudar para Arquitetura ou Medicina. Existem profissões que são muito mais úteis para a humanidade do que o jornalismo - eu reconheço isso. Às vezes fico pensando: "meu Deus, a esta altura é tarde para fazer outra coisa", mas quando você compara o jornalismo com outras profissões, às vezes me dá um certo complexo de inferioridade, porque existem profissões mais úteis. Mas dificilmente haverá profissões tão divertidas quanto o jornalismo porque, na prática, às vezes quando me vejo diante de uma personalidade, sei que jamais teria a chance de entrevistá-lo, ou de ver uma cena histórica como a do Gorbachev, ou entrar num presídio de segurança máxima nos EUA, como já entrei, ou entrevistar um astronauta que já pisou na lua, se não estivesse exercendo o jornalismo. Alguém já disse que jornalista é um especialista em generalidades - sabe um pouco sobre tudo mas não sabe profundamente sobre nada. É isso: eu acho que é um "curso" divertido de generalidades, onde você é seu próprio professor.
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Qual seria a grande virtude de um bom jornalista?
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G - Eu acho que a primeiríssima é não perder a capacidade de se espantar diante dos fatos, e não se deixar contaminar pelo tédio e pela tal "frigidez editorial". Eu tento manter a primeira; essa capacidade de se espantar, de ver as coisas com os olhos de uma criança descobrindo as coisas pela primeira vez. As coisas que você vê, com certeza serão novidade para alguém que vai ler aquilo. O importante é o jornalista não brigar com a notícia. Tratar a notícia com reverência. Isso é uma das dez mil lições que aprendi na convivência com Joel [Silveira]. É como um crente a entrar no Vaticano. Você se sentir pequeno, olhar para o teto do Vaticano e se sentir minúsculo. É meio como a atitude do repórter diante da notícia: não brigar com ela, mas reverenciá-la, de preferência.
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Baseado em sua experiência jornalística na grande imprensa, que dicas você daria para quem está ingressando agora no jornalismo?
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G - Dificilmente haverá outra profissão em que exista tanto sentimento e que você passe com tanta rapidez da euforia ao desânimo, em tão pouco tempo. Num dia você diz "estou fazendo a melhor profissão do mundo" e, no dia seguinte, você pergunta "meu Deus do céu, por que eu não fui fazer outra coisa?" (risos). É muito fugaz essa coisa do jornalismo. Aquela "glória", entre aspas, do jornalismo dura minutos. Se durar um dia você já pode acender uma vela (risos). Aquele furo de reportagem que você pensa que vai mudar o mundo, derrubar um papa, um presidente da República, aquilo tudo desaparece em 15 segundos. Televisão, então, é o tempo da pessoa comer uma pizza, ir à cozinha beber água, e o trabalho que você demorou, às vezes, semanas para fazer, literalmente se evapora no ar. Então acho que você tem de resistir a esse sentimento de, às vezes, inutilidade, e não se deixar contaminar por ele. E, principalmente, manter a curiosidade. Isso parece óbvio, mas existem jornalistas que não são curiosos, que parecem meio entediados, não querem saber, não se interessam, se previnem contra a riqueza dos assuntos e da vida. Eu acho que é até uma atitude de vida - não apenas jornalística, mas existencial também - você achar que vai sempre descobrir alguma novidade, e contar aquilo que você vê de uma maneira interessante para alguém e influenciar a maneira de outra pessoa ver o mundo. Mas sem pretensão, pois jornalista é um bicho notoriamente pretensioso. Tem uma frase do Evandro Carlos de Andrade, que foi diretor de jornalismo aqui da TV Globo: ele dizia que se Deus entrasse na redação do Jornal Nacional iria se sentir humilhado (risos). Ele dizia isso, obviamente brincando, para ilustrar essa vaidade exagerada dos jornalistas e a noção de que é mais importante do que é na verdade.
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Não sei se foi no seu blog "Sopa de Tamanco" que eu li aquela história de que o jornalista está na redação, quando o chefe chega e diz: "Deus vai chegar na Terra. Faça uma matéria sobre ele!". E o jornalista pergunta: "Contra ou a favor?"...
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G - Não, não foi no meu blog. Mas tem uma história onde um jornalista vira pro outro e pergunta: "Você pode me dizer o que eu penso sobre esse assunto, por favor?" antes de escrever o artigo (risos). Esse é o lado mais folclórico da redação. É possível fazer uma enciclopédia sobre isso. O Joel contava que um dia ele estava concentrado, batendo à máquina na redação de um jornal, com aquele ar grave, achando que iria mudar a história da humanidade, e o Nelson Rodrigues parou na frente dele, com aquele cigarro no canto da boca, ficou olhando sem dizer nada, virou-se e, quando Joel levantou os olhos, Nelson falou: "Patético!". E foi embora. Eu sempre tento me guiar por isso para sempre ter a noção de que a gente é um pouco patético, mesmo, mas continua datilografando, sem problema.
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Como surgiu a idéia de fazer o blog Sopa de Tamanco? Como está sendo esta experiência de escrever para um blog?
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G - Para dizer a verdade eu fui até um retardatário nesta coisa de Internet. Primeiro criei um site, o geneton.com.br, para juntar textos que estavam esparsos. Alguns tinham sido publicados em livros, outros eu tinha guardados em casa, então eu quis juntar tudo num lugar. Até tive dúvidas se valia a pena, mas hoje estou achando que vale, só por um motivo: a minha principal atividade é mesmo fazer entrevistas e lá estão disponíveis hoje algumas entrevistas que, de outra maneira, poderiam estar perdidas ou trancadas no centro de documentação de um jornal. Se você der uma busca no Google por "Paulo Francis" ou "Ivan Lessa", "Mino Carta", "Joel Silveira" ou vários outros, você vai cair no meu site. Nem sei por quais mecanismos. Não sei se é por antigüidade, afinal já faz quase três anos que estão lá, mas em alguns casos aparecem até mesmo na primeira página de resultados do Google. Então é só por isso que eu mantenho lá: porque se alguém estiver interessado em conhecer esses personagens... Eu não uso aquele blog para falar de coisas pessoais. Não escrevo aqueles diários públicos que, geralmente, as pessoas fazem na Internet. São entrevistas e reportagens. E o Sopa de Tamanco surgiu meio como uma brincadeira. A gente estava conversando aqui, no corredor, com Tony Marques, editor do Fantástico, e falamos de uma briga. Aí ele usou essa gíria que eu nem conhecia, e que é gíria de lutador de luta livre: "Ah, isso é sopa de tamanco, é pau puro!". E eu disse: "Então vamos criar um blog com esse nome, que é bom, só para falar mal". Diferentemente do geneton.com.br que tem só entrevistas, a idéia do blog é falar mal de todo mundo. Às vezes fico espantado quando ele é citado em outros blogs e tem uns picos de visitação, chegando a mil por dia. Acho muito, porque hoje existe esse fenômeno das nanoaudiências. A tendência, hoje, são audiências minúsculas, divididas, repartidas em milhões de pequenas partículas, e é o que se chama de nanoaudiência. Os blogs são pequenas audiências. Milhões de blogs e todos eles tendo pequenas audiências, ao contrário de antigamente quando era apenas uma pessoa falando para milhões ao mesmo tempo. Então achei bom ter mil visitas, mas temos altos e baixos. Eu fiquei na dúvida também sobre o quanto valeria a pena, mas resolvi esquecer esse lado. Eu disse: "Sabe de uma coisa? Tem gente que faz peça de teatro para uma ou duas pessoas. Por que a gente não pode escrever para uma ou duas pessoas também? Então vamos continuar". No meu delírio, fico imaginando um teatro (risos). Aí alguém me diz: "Tem trezentas pessoas" e eu fico imaginando "meu Deus do céu, eu jamais subiria num palco na frente de trezentas pessoas para falar, pois sou um péssimo orador". Mas escrever para 300 pessoas lerem, para mim está ótimo. Não tenho esses delírios megalomaníacos de ficar imaginando que o Brasil inteiro vai ler as bobagens que a gente escreve. A gente tem feito aquela brincadeira "Quem continua solto?" - de vez em quando eu pergunto "Fulano de tal continua solto?", "o Senado continua solto?". Até já esgotei um pouco a lista de todas as implicâncias que a gente tem. Tenho que renovar um pouco a lista.
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(Continua...)
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* Originalmente publicada no Diário de Todos os Dias News. Visite !

outubro 22, 2007

"Mil cairão ao teu lado
e dez mil à tua direita,
mas não chegarás a ti".
( versículo 7 - Salmo 91 )


[dessas piadas que a gente recebe por e-mail...] Vale a pena conferir!

A Lenda do Capitão Nascimento / Bope

Um dia quiseram ver quem era o melhor: McGyver, Jack Bauer ou Cap. Nascimento.
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Chegaram pro McGyver e falaram: A gente soltou um coelho nessa floresta. Encontre mais rápido que os outros e você será considerado o melhor!
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McGyver pegou uma moeda de 5 centavos no chão, um graveto e uma pedra e entrou na floresta. Demorou 2 dias pra construir um detector de coelhos em floresta e voltou no terceiro dia com o coelho.
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Daí chegaram pro Jack Bauer e falaram a mesma coisa.
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Ele entrou correndo na floresta e 24 horas depois apareceu com o coelho. Pediu desculpas porque teve que desarmar 5 bombas nucleares, recuperar 15 armas químicas, escapar de um navio cargueiro que ia pra china e matar 100 terroristas pra chegar até ao coelho.
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Daí pediram para o Cap. Nascimento ir buscar o coellho.
Se ele demorasse menos de 24 horas ele seria o melhor.
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No que ele respondeu:- Tá de sacanagem comigo 05? Cê tá de sacanagem comigo? Você acha que eu tenho um dia inteiro pra perder com essa porra de brincadeira, 05? Tu eh mo-le-que! MO-LE-QUE 05!!!
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Virou-se calmamente para a floresta e gritou:- Pede pra sair!!! Pede pra sair cambada!!!
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Em menos de cinco segundos, já tinham saído da floresta: 300 coelhos, 20 jaguatiricas, 50 jacarés, 1000 paca-tatu-cotia-não, o Shrek e o monstro fumaça do Lost.
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Daí ele gritou: - 02, tem gente com medinho de sair da floresta, 02?!
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Então 07, traz a 12 pra eu fazer um servicinho aqui!
Nisso [reza a lenda] Bin Laden saiu da floresta correndo!!!

Zebra na F1


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Boa a charge de Leo Martins, no Estadão, hoje.
E eu torci tanto pro Hamilton... H U N F !

outubro 20, 2007

n a - v i t r o l a - t o c a

Lá vou eu

De Rita Lee na voz de Zélia Duncan

"Num apartamento perdido na cidade,
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente.

A gente não consegue
ficar indiferente debaixo desse céu

No meu apartamento
você não sabe o quanto voei,
o quanto me aproximei de lá da Terra

Num apartamento perdido na cidade,
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente.

No meu apartamento
você não sabe quanto voei,
o quanto me aproximei de lá da Terra.

As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.

Na medida do impossível tá dando pra se viver.
Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível como você e eu e o céu.

Num apartamento perdido na cidade
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente

A gente não consegue
ficar indiferente debaixo desse céu.

No meu apartamento
você não sabe o quanto voei
o quanto me aproximei de lá da Terra, não.

As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.

Na medida do impossível tá dando pra se viver
Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisívelcomo você e eu e o céu".

outubro 19, 2007

Galvão é xingado no ar e Globo corta voz da torcida
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"Galvão, vai tomar no c...", cantava a torcida, empolgada, anteontem, no Maracanã (RJ), durante transmissão do jogo Brasil x Equador, pela Globo. A provocação contra Galvão Bueno foi ao ar mais de uma vez. Para evitar mais constrangimento para o apresentador, a Globo cortou, algumas vezes, o áudio com a voz dos torcedores. Procurada pela coluna, a emissora não quis comentar o assunto.
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Falando em futebol: Saudações rubro-negras!

outubro 17, 2007

Sensacional o texto abaixo que recebi de um amigo. Mulher, definitivamente, sofre!

Coisas de mulher

(não sei de quem é a autoria, mas o cara é um gênio ou deve ser uma mulher mesmo. Para nos entender assim, só sendo mulher, rsrsrsrs... Brincadeiras a parte, acabo de descobrir que a autoria é do Evaldo de Castro, meu amigo de trabalho citado acima)

Acordou com medo de tudo. Ataques de pânico já tinha tido antes, mas este parecia mais forte do que qualquer outro anterior. Passados alguns anos dos 40, a pele enrugada já merecia um novo creme. Os bons, sempre importados, eram caros demais. Um lifting facial básico teria seu valor e, quem sabe, botox também não deveria ser descartado.

Talvez estes pensamentos estivessem causando aquele ataque matinal de pânico. Seria um desejo oculto de renovar o guarda-roupa? Afinal nada combinava mais com nada e a coleção de meia estação iria mudar mesmo tudo. Precisava de um sapato verde, para combinar com aquela nova blusa cotton lycra...

Um vento agradável soprava da serra. O dia ensolarado não justificava ficar na cama até tarde. Levantou-se. Tinha que enfrentar o dia. A máquina de lavar estava com problemas e, ao lavar aquela calça jeans "Revanche" na mão tinha quebrada a unha... Que Raiva! Na véspera a maquiagem tinha estragado... A calcinha havia ficado enfiada e na hora não deu para tirar... O cabeleireiro não havia acertado o tom do vermelho... Era impossível não se abater.

A cólica indicava que a menstruação estava chegando. TPM dá vontade de matar um! Faz a gente achar que o relacionamento acabou para depois descobrir que era tudo Tensão Pré-Menstrual. Ter que sorrir gentilmente para os outros enquanto dores lancinantes te rasgam é o fim do mundo! O cabelo estava um horror, havia comprado uma calça que não combinava com mais nada porque o preço estava irresistível e tinha rasgado a meia na entrada de uma festa... Tudo estava dando errado.

Mulher, definitivamente, sofre. É tratada feito idiota pelo mecânico na oficina, tem que fingir estar natural durante o mais desconfortável dos exames ginecológicos, nunca saber se é para dividir a conta ou se fazer de meiga e chorar no banheiro se olhando para ver qual é o melhor ângulo são, irremediavelmente, coisas de mulher. Qual outro ser no planeta diz não, para fazer o homem insistir bastante e aí ter que dizer sim, quando se queria dizer sim desde o início?

Mas nada melhor que um vestido caro da Dior, by John Galliano, novo em folha, um perfume Channel 5, um par dos cultuados sapatos Jimmy Choo e um batom Rouge Pop Chic, da francesa Bourjois, para fazer uma mulher sentir-se pronta para conquistar o mundo. Ataque de pânico? Que pânico???

Blog, você já tem o seu?

Nesta semana tenho que entregar meu artigo científico na pós sobre blogs. Na verdade, sobre mídia alternativa. Muitas instituições já enxergam hoje alguns blogs como concorrentes diretos, outros resolveram aliar essa nova ferramenta para desenvolver um trabalho ainda mais completo. Ponto para esses!

É o caso do jornal norte-americano The New York Times que, na última segunda-feira, dia 15, anunciou a criação do The Board. Segundo o Comunique-se, o novo espaço será um canal de comunicação direto dos 19 membros do conselho editorial do NYT com seus leitores para discutir as questões editoriais do jornal.

- Membros do conselho editorial que escrevem na área vão compartilhar com vocês o que eles estão pensando, o que eles têm lido e do que eles estão duvidando - informou o jornal. A maior parte dos posts não será assinada, assim como os editoriais do NYT.

Bom exemplo. Os jornais brasileiros bem que podiam seguir o mesmo caminho, ao invés de criticar, como o Estadão demonstrou na campanha abaixo.



Blogs são ferramentas de expressão. No Brasil, eles ainda são sinônimo de “diário virtual”, mas aos poucos essa noção arcaica está mudando. Se o conteúdo é relevante ou não, cabe ao leitor distinguir. Cada vez mais vemos blogs de pessoas antenadas cultural e socialmente que acabam tornando-se formadores de opinião e leitura obrigatória no dia-a-dia.

Se bem utilizada esta ferramenta é de grande valia para todos. O NYT entendeu isso. Mas ainda existe tempo para que esta idéia massifique-se entre os órgãos de imprensa. A dica está aí, Estadão!

outubro 16, 2007

post triste. Juju se foi...

Depois de ser submetida a uma operação às pressas para a retirada de uma hérnia e para a realização de estrectomia, a Juju ou July, para os que não a conheciam, morreu na tarde de hoje, ao não resistir a uma parada cardíaca no segundo dia do pós-operatório. A pincher de gênio forte da Dedê vai deixar saudades em todos, especialmente, para a “pequena-bolinha-de-pêlos” que atende pela alcunha de Flipper, meu yorkshire - que a tem como sua irmã desde que ele se entende por cachorro.

July tinha 11 anos, estava com catarata nos dois olhos e sofria com uma hérnia em seu abdômen. Passou mal no último fim de semana, não tendo forças nem para ergue-se na sua caminha. Ranzinza, não negando a raça, ela bem sabia ser amável com aqueles que a amavam. O seu olhar pidão, o sobe e desce desajeitado pelas escadas e a falta de intimidade com a piscina são cenas que ficarão guardadas (para sempre) em nossa memória.

Fique em paz pretinha!

; (

outubro 15, 2007

Na primeira pessoa

Fazia tempo que meu olhar não brilhava desse jeito. O meu caminhar lento, sem um destino certo, quase sempre; tornou-se rápido, sagaz, apenas sob a possibilidade de ir de encontro ao novo. Assim como nas fábulas, fez com que eu me deslumbrasse no final desta caminhada com um pote de ouro.

Fez com que eu me tornasse uma pessoa mais feliz.

O novo me proporciona isso. Um frio na barriga, daqueles que a gente não sabe se dá o próximo passo ou se recua com medo de descobrir como é o lado de lá.

O lado de lá é o novo.

Os meus dias, agora, têm sido assim: de planos, expectativa e espera. Eu almejo este passo há muitos anos. Coisa de gente jovem. De pessoinha que quer ser alguém na vida, além da casa da mamãe e do papai. De menina que quer ser gente grande quando crescer. De mulher que só quer ser menina quando chega lá. Coisa de quem sonha e acredita no que o poeta disse um dia: “sonho que se sonha junto é realidade”.

Sim. És verdade. Trata-se de realidade, mas apenas para aqueles que confiam e dão o primeiro passo. Eu resolvi arriscar. Arriscar para chegar onde eu me imaginei, um dia.

Dei o primeiro passo: estou de partida para São Paulo.

O fato de morar sozinha, trabalhar muito e - apesar da família que vive por lá - ser [praticamente] uma estranha no ninho, tenho certeza que me adaptarei ao novo, aos “erres”, ao céu cinza, ao tempo seco, a correria nas calçadas, ao pedido clássico de “um chopps e dois pastel” e as baladas paulistanas.

Tenho certeza que sim.

Porque o que eu preciso para que dê certo é que meus olhos brilhem como agora. É que as pessoas que eu amo [e que fazem diferença na minha vida] confiem em mim e me agüentem dizer: “estou com saudades”, mas que não me deixem voltar, em um momento ou outro de insegurança.

Isso faz a diferença.

Faz a diferença contar com um alicerce formado por pessoas especiais que estão na torcida. Deve ser por isso que tudo tem dado tão certo: a minha torcida é “pé quente”. E cada um deles sabe o quanto este largo passo - que me garantirá amadurecimento pessoal e profissional - está me fazendo bem.

Portanto (e para tanto) Sampa me aguarde!

O Rio de Janeiro vai - mesmo - perder uma das suas sete maravilhas, como diria Chico Lima.

outubro 14, 2007

"Eu te adoro tanto.
Você não imagina quanto"

A U T O R A M A S

Mestre cuca
Ingredientes:

Pessoa ideal
Predisposição para um grande amor
Lugar certo
Hora certa
Vinho
Bom papo
Beijo perfeito

Modo de preparo:

Pegue duas medidas de predisposição para um grande amor e misture com uma boa colherada de pessoa ideal. Unte a forma com pó de hora certa e deixe em conserva. Despeje o vinho no bom papo e mexa até a massa ganhar consistência. Adicione a seguir mais vinho. Depois, mais vinho. Experimente a mistura. Se o gosto estiver de seu agrado, é hora de trazer o beijo perfeito. Mexa o tempo inteiro, não deixe a mistura repousar. Uma vez adicionados todos os ingredientes, leve ao forno. E deixe esquentar.

Sérgio Cabral participa da Parada Gay em Copacabana

Ele já era a favor do casamento gay no Brasil, mas para conquistar o apoio de Marcelo Crivella nas últimas eleições, retirou de votação um projeto de Lei no Senado, que regularizava a união entre pessoas do mesmo sexo. Agora, eleito, Sérgio Cabral - governador do estado do Rio de Janeiro - diz que uma das bandeiras de sua administração é combater a homofobia. Será de quantas cores esta bandeira?

Brincadeiras a parte. Boa a iniciativa do peemedebista.

Em tempo
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Durante o I Fórum de Jornalistas do Sul-RJ, o Paulinho (Figueira Leal), falou sobre e a “Influência da mídia nas questões eleitorais” e lembrou de exatamente deste caso citado acima. O jornalista, mestre, doutor e cientista político (e meu ídolo), falou sobre a manchete ao lado - criativa, de dupla interpretação, mas que não teve peso político algum, pois o quadro eleitoral já estava praticamente definido no Rio.


outubro 11, 2007

Uma obra atemporal

Foi no último feriado, nas areias brancas de Cabo Frio que ouvi falar, pela primeira vez, sobre o “Orgulho e Preconceito”, um romance que faz muito sucesso na TV inglesa. Ao virar uma página e outra de “O Diário de Bridget Jones” fui questionada:

- Já viu Orgulho e Preconceito? O ator que faz o Darcy no Bridget é o mesmo da série inglesa e a Helen Fielding chega a citar o romance neste livro. Detalhe: eles têm o mesmo nome!

Eu respondi intrigada: - Não. Nunca ouvi falar.

Então, minha co-cunhada Lívia, disse: - Veja!

Quando cheguei na página em que Helen Fielding fala sobre Orgulho e Preconceito me lembrei do episódio na praia e comprei o filme. E que filme! É bom para todos. Para aqueles que gostam de cinema, que ficam admirando a fotografia ou a forma como o diretor conduziu a cena, o figurino, a maquiagem e etc etc etc... Para aqueles (euzinha! euzinha! euzinha!) que gostam de ver romances e suspiram pelos cantos das salas de cinema. Ou ainda para os intelectuais, que adoram falar sobre conceitos.
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Aliás, esse é o ponto forte do romance da escritora britânica Jane Austen, publicado em 1813. O livro escrito por ela em 1797, antes dela ter vinte e um anos, fala sobre Orgulho e Preconceito e é considerado uma obra prima. Já ganhou muitas versões no cinema e na televisão, a mais recente [essa que eu vi] de 2005, Keira Knightley e Matthew Macfadyen nos papéis principais.
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Vale a pena ver, rever e rever!
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E agora, tenho que ler o livro.
Se for tão bom quanto os dois de Bridget Jones, valerá ainda mais a pena.

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome".

Clarice Lispector - sempre ela!

D.C.
:: depois do níver do Covinha ::

O mais engraçado de uma reunião entre amigos é ver as fotos no outro dia. Ontem foi aniversário do Covinha, quer dizer, do Bruno, vulgo Covinha. Ele comemorou seus 2.3 anos [turbo] com alguns amigos em um pequeno, mas engraçado, roteiro etílico. Como consegui (de uma vez só) apagar todas as fotos do Sorrisos Plásticos, versão flog, vou postar uma fotinha com as minhas peripécias, aqui no blog. As mais engraçadas passo via e-mail pro povo.
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Em tempo
Amanhã é feriado. Aproveitem!
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outubro 10, 2007

Beijocas estaladas

Vou aproveitar as “Beijocas estaladas” dessa semana para parabenizar três, aliás, quatro amiguinhos que fizeram (e farão) aniversário nesta semana. São eles: Frrrrrávia Anastácio - que eu acabei furando na sua festinha por um motivo que eu ainda relevarei a ela; Lanuza - que aproveitou a comemoração de seus 26 anos para mandar um recado para o namorado Alcenor [risos]; Bruno (covinha) Pimenta - que faz 2.3 anos [turbo] no dia de hoje e que bebemoraremos logo mais a noite no bat-local de sempre; e o fashion Davi Tedesco - que comemorará seu níver entre amigos em uma das cidades da Região do Lagos, mas que aproveitou o bolo e as velinhas da Lalá para posar para as fotos, ontem.

Lalá e Davi aparecem na foto acima, que faltou apenas a presença do Alcenor para torná-la a foto oficial da nossa parceria firmada com a Foco Comunicação. Do meu lado direito, minha amiga (tão querida), Ana Mococa - a mãe da Luana.

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outubro 08, 2007

VERGONHA. Flagrante apenas para os cidadãos "comuns"
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Eu pensei que tivesse entendido mal a matéria veiculada no Jornal Nacional da noite de hoje, então, resolvi verificar no site do JN e vi que havia entendido bem, para o meu desespero.

A matéria revelou que um promotor em Araçatuba, São Paulo, dirigia bêbado quando atingiu uma motocicleta e matou uma família. Recusou-se a fazer o exame de sangue para verificar a dosagem de álcool no organismo, mas o exame clínico (acabou) constatando que ele estava, de fato, embriagado.

No entanto, agora, o senhor promotor está em casa, gozando de sua liberdade, porque a lei só permite a prisão em flagrante de promotores em caso de crime inafiançável.

Então eu pergunto: - matar um pai, uma mãe e uma criança de sete anos, porque dirigia bêbado, não é considerado um crime inafiançável?!

Então o que é meu Brasil?
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Por favor, leitores do Sorrisos Plásticos, respondam-me o que é (?????), porque eu não consigo entender mais nada! Nadinha mesmo.

outubro 07, 2007

(bem)Afinado

O filme “Letra e música” entrou para a lista das minhas comédias-românticas favoritas.

Vale a pena conferir. Reúne uma das coisas que mais gosto de fazer: escrever, ouvir boa música com uma melodia linda e amar. Sem falar que tem o meu ator preferido para assuntos de comédia-romântica: Hugh Grant, cantando - ainda por cima!

A música é realmente muito bem produzida e a letra... fala pelo coração de muita gente.

Way back into love

outubro 02, 2007

DEBATE. Fórum de Jornalistas movimentará sul do estado
Mídia esportiva, política, responsabilidade social e concessão para emissoras de rádio e tevê estão entre programação; evento acontece neste fim de semana, no Sest/Senat, em Barra Mansa

Inscreva-se!

Os jornalistas do sul do estado do Rio de Janeiro terão a primeira oportunidade para debaterem assuntos ligados à Comunicação Social, como democratização e políticas públicas para concessão de emissoras de rádio e TV e responsabilidade social. É que neste fim de semana (sexta e sábado, dias 5 e 6), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, com o apoio do Movimento Luta Jornalista do Sul-RJ!, promove no auditório do Sest/Senat, o I Fórum de Jornalistas do Sul RJ, com o objetivo de movimentar o cenário regional.
Movimentar para conscientizar os jornalistas que atuam no sul do estado do Rio de Janeiro de que é necessário debater - de forma democrática - os assuntos referentes não só ao cenário nacional, mas como o regional. Para isso, um dos organizadores do Fórum, Álvaro Britto - que também divide seu tempo entre a assessoria do Incra e as salas de aula, como professor universitário - tem levantado uma bandeira:
- Queremos tornar públicos dados importantes como a nossa representação sindical, por exemplo. Por incrível que possa parecer, muitos de nós não sabe como proceder para obter uma carteira da Fenaj - explica Britto, indo além. “Este Fórum será importante também para os estudantes de jornalismo. Para essas pessoas que ainda serão inseridas no mercado de trabalho. O momento é de multiplicação de informação e o evento tem esse propósito”, acrescenta.
Britto fala com a propriedade de quem conhece a realidade. Atualmente, o sul do estado do Rio possui três instituições de ensino superior com o curso de jornalismo ou com habilitação em jornalismo - o que, consequentemente, insere cada vez mais profissionais no mercado de trabalho. A assessora de imprensa da Câmara de Resende e presidente da comissão organizadora do Fórum, Maria Madalena, a Madá, engrossa o coro de Álvaro.
- Hoje nós não temos a oportunidade de discutir assuntos ligados ao exercício da profissão. E esta é uma das propostas do Fórum: ser um espaço democrático para debates de temas importantes para a categoria - define, lembrando que “as cidades do sul do estado fazem dele uma das regiões mais desenvolvidas do estado, com centenas de profissionais atuando na área, nos mais diversos veículos, por isso é importante a participação em massa. É importante ressaltar que o evento é gratuito e que todos os jornalistas da região estão convidados a participarem. Todos serão certificados”.

Programe-se

A abertura acontece às 18 horas de sexta-feira, dia 5, com o credenciamento dos participantes. Em seguida será ministrada a palestra “Comunicação: Democratização e Políticas Públicas”, pelo jornalista, mestre em Comunicação e membro do Coletivo Intervozes, Gustavo Gindre. O assunto da palestra será também tema de um debate. No mesmo dia ainda está previsto o “Ato em Defesa das Concessões de Rádio e TV” e o relançamento do Prêmio Aciap-VR de Jornalismo Valéria Galvão.
No sábado, dia 6, a programação começa cedo. A partir das 8h30min, os participantes vão conhecer e debater temas atuais e polêmicos, como Jornalismo Esportivo, Responsabilidade Social no Jornalismo, Organização Sindical e Mídia e Política. Entre os palestrantes há gestores sociais, consultores políticos, advogados e doutores em Comunicação e Política, além de jornalistas do cenário nacional.

Serviço

Dias 5 e 6 /10
Entrada: gratuita
Local: Sest/Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Trabalho), localizado na Rua Severino Saretta, número 5, na Vila Bárbara, em Barra Mansa.
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Saiba mais
(*) Com informações da Flávia Anastácio

descobrimento

Vinho
Frio
Uva Malbec
Penedo
Tinto/seco
Foundeu
Segunda
Dialeto novo


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outubro 01, 2007

Flagras / Exapicor
Porque nós trabalhamos, mesmo!




Airton (soldado) Soares nos flagrou no backstage, antes do show do O Rappa.



Em sentido horário: eu, Silvinho, Márcio e Luciano.
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Na sexta-feira, dia de Babado Novo e chuva na Exapicor, Celso Sellmer me flagrou em cima do puff arrumando o telhado da Sala de Imprensa.




Na fotinha: Fonfon rindo das minhas peripécias. Uai! Tá achando que eu só sei escrever, é? Rs...

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Fonfon olhando algo no meu crachá, que eu ainda não sei o quê, pois é igual ao dele.

Eu, hein!

Mar de gente
de Airton Soares. Daquelas que valem por mil palavras.

"Atirei-me ao mar
Mar de gente
onde eu mergulho sem receio
Mar de gente
onde eu me sinto por inteiro"