agosto 09, 2007

Resende, 9 de agosto de 2007.

À direção do A Voz da Cidade, aos editores, à chefia de reportagem e a quem interessar possa;

Ahn? Hein? Cuma?

Ao ler na edição de hoje, do jornal A Voz da Cidade, no caderno Variedades, na coluna social, fiquei desnorteada e “calma”, porque – afinal de contas o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Sul Fluminense, JC Moreira, disse “que a partir de agora o Sindicato toma outro rumo”. Que rumo será esse? O de casa? Enfim, que rumo o sindicato do JC vai tomar eu não sei. Eu só sei que na reportagem de hoje, o JC fala sobre “elaborar planos de estágio para os universitários de comunicação junto às empresas da região”, mas ele deve ter esquecido que o estágio em jornalismo é proibido por lei desde 1978 e ainda assim as redações dos jornais, TVs e rádios do Sul Fluminense estão repletas deles, tirando o lugar de profissionais e ele, como representante de classe, brinca de cego, surdo e mudo, mas vai para mídia anunciar a “possibilidade da realização de uma palestra com o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade” sobre a revisão do Código de Ética. De ética? (?!)
São as tais perguntas que não calam jamais! Não calam, porque JC preenche as páginas dos jornais, vai até os estúdios de rádio, de televisão e enche a boca para dizer que o seu sindicato tem cerca de 100 filiados. E tem gente que ainda acredita! Eu posso até estar enganada, mas onde estão esses filiados? Reúnem-se em que dia, em que hora e aonde? Será que o repórter de A Voz da Cidade verificou realmente se o sindicato tem essa quantidade de filiados? Se sim, por favor, caro colega de profissão, nos apresentem essas pessoas. Eu digo no plural, porque além de mim, muitos outros jornalistas se cansaram de ficar atônitos com tudo o que acontece em nosso entorno e, especialmente, cansaram de olhar para seus contracheques no final do mês e se calarem.
Finalmente isso aconteceu. Muitos deles sequer têm coragem de mostrar suas caras, mas muitos deles têm opinião assim como eu e, muitos deles querem mudar a realidade dos jornalistas no Sul do estado do Rio de Janeiro. E, sinceramente, não sei se adianta mais o JC ir aos jornais e dizer: “Agora que o sindicato está no cadastro nacional de entidades sindicais pretendemos desenvolver trabalhos na região em prol da categoria que deve se unir em nome de todos os profissionais da área”. O agora dele, para nós é passado. E a realidade hoje é outra. Apenas agora ele quer filiar seu Sindicato a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Apenas agora, ele quer criar uma bolsa de empregos voltada para as assessorias de imprensa, mas apenas agora ele se deu conta que “nós” somos a terceira pessoa no plural, e “ele”, a primeira pessoa no singular. E que nós, jornalistas, estamos juntos para mudar. E ele, sozinho, para continuar com o seu trabalho, ou melhor dizendo, com o seu discurso.


Thais Torres é jornalista