direto do Comunique-se
Li. Considerei interessante, mas penso que existe muito para ser debatido, ainda. Sou jornalista e estou assessora de imprensa hoje. Conheço os dois lados. E sei que as coisas não são bem assim. De qq maneira, um não sobrevive sem o outro, por esse motivo é necessário promover uma comunicação integrada, de maneira que o leitor sempre saia ganhando.
Jornalistas apontam principais erros e acertos dos assessores de imprensaA relação entre o assessor de imprensa e a mídia é fundamental para que a divulgação de um cliente seja bem feita. Mas jornalistas apontam que o maior erro de um assessor é não saber atingir bem o seu alvo, não segmentar a divulgação.
“Três coisas são fundamentais no trabalho do assessor: ele deve saber o que o cliente quer atingir, quem o cliente quer atingir e ter domínio do assunto que vai ser tratado”, diz Eduardo Reina, repórter da editoria Metrópole do jornal O Estado de S. Paulo, que trabalhou durante nove anos em assessoria de imprensa.
Erros e acertos
Os jornalistas acham que os maiores erros dos assessores são: querer vender o “peixe” do cliente a qualquer preço, não dominar a pauta, não conhecer bem o veículo e ligar em dias e horários inadequados. Os acertos apontados são: passar prontamente informações de uma pauta, sugerir pautas criativas e viabilizar uma entrevista.
Releases
Nas redações os jornalistas recebem centenas de releases por dia, mas o destino da maioria é o lixo eletrônico. “Recebo de 50 a 60 releases por dia. De 100% dos releases que recebo só 1% é aproveitado, eu apago a maioria, só deixo o que me interessa e pode sugerir uma pauta”, afirma Reina.
No caso de matérias exclusivas os jornalistas dedicam mais atenção. “Se um release exclusivo for interessante para nós podemos usar”, comenta Zalo Comucci, gerente nacional da Rádio CBN.
Burlar barreirasMuitas vezes os jornalistas tentam “atropelar” o assessor para falar diretamente com a fonte. “Geralmente o assessor quer barrar a fonte, porque ele quer preservá-la, mas o papel do assessor é facilitar esse acesso e não dificultar”, afirma Comucci.
A maioria dos jornalistas acha que essa estratégia às vezes é necessária. “Uma vez tinha uma matéria exclusiva sobre a inspeção ambiental de carros da prefeitura. Era uma notícia dos bastidores. Quando liguei na prefeitura me disseram que aquela notícia era uma barriga, mas eu sabia que a matéria era quente e no outro dia o prefeito anunciou a inspeção de carros”, esclarece Reina.
Qualidade e segmentação
“Quando vou fazer um release para Rádio, TV ou Internet faço um release menor e diferenciado. O assessor não pode ser acomodado, ele deve segmentar seus releases”, aconselha Marco Siqueira, que ministra o
curso do Comunique-se “Relações com a Mídia – Técnicas para emplacar uma pauta”.
Já que o maior problema é a falta de segmentação dos releases, a solução é fazer essa divisão. O ideal é o que o assessor separe os releases por editoria e veículo. O mesmo release que é enviado para jornais e revistas não deve ser encaminhado para TV, Rádio e veículos online. A linguagem varia entre os veículos e os assessores devem respeitar essa linguagem na hora de escrever um release.