dezembro 06, 2007

Tic-tac!

O alarme tocou, mas eu não dei conta de que já eram oito horas, que o dia estava claro e que lá fora algo especial esperava-me para me fazer feliz. Virei para o lado e com o travesseiro sobre minha cabeça, voltei para o lúdico do mais lindos sonhos. Em seguida, telefonemas, e-mails, café da manhã, boas notícias, almoço, conversas e um nó na garganta que persiste em resistir até agora, no entardecer do dia.

Nós na garganta provocados por saudades. Saudades quase que coletivas. Mas uma saudade de quem está tão perto dos olhos, mas longe do coração. É essa que insiste em me deixar pensando em “se”. Em possibilidades e probabilidades - improváveis - confesso.

O que foi palpável um dia, tornou-se algo intocável, agora - como esse sentimento que me persegue por onde quer que eu vá. Pois se fosse tátil, já o teria arrancado pela raiz, como fazemos com algo que nos atordoa.

Não havendo essa possibilidade, o melhor é encontrar o caminho para seguir em frente, enfrentando os obstáculos que a vida nos coloca pela frente, como acordar às oito horas de um dia ensolarado, por mais um tic-tac do alarme do aparelho celular.

Mais um tic-tac, mas um tic-tac que nos faz acordar para a vida, mesmo que seja por alguns segundos. Aqueles milésimos de segundo enquanto nos espreguiçamos e percebemos o quanto a vida é bela, mesmo quando os sintomas de saudades aparecem, mesmo quando uma música repentinamente aparece na sua frente fazendo lembrar-se do passado ou até mesmo quando uma criança te encontra em um parque durante um domingo ensolarado e a escolhe como amiga.

Mesmo com os tic-tacs que a vida nos traz, é bom acordar e correr atrás do tempo perdido.

Tic-tac!

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